Nossa lavoura está caminhando para a fase decisiva. Ela passou bem pelas fortes geadas de julho e agosto. E agora precisa atravessar as chuvas da primavera. Os grãos estão em formação e, se a umidade for grande demais, pode comprometer as sementes.
Mesmo antes de termos uma lavoura, sol e chuva já ditavam, de alguma forma, nosso jeito de fazer pão. Se o final de semana foi chuvoso, hidratamos menos a massa do pão de segunda-feira. Se a previsão para a tarde é de calor, batemos a massa com água mais fresca.
As preocupações agora não estão só no microclima aqui da zona oeste de São Paulo. Pelo aplicativo de meteorologia do celular, os alertas de chuva vêm também lá de Constantina. Se há muitos dias seguidos de chuva no interior do Rio Grande do Sul, nosso coração aqui na cidade já se aperta.
Nas conversas com o Elton, porém, não há nada dessa aflição. Ele nos manda fotos para mostrar como anda bonita e forte a lavoura: as espigas já altas, verdinhas, cobrindo todo o horizonte.
Ver essas fotos deu uma saudade danada daquele chão. Há dois anos, no começo do projeto #aquiseplantapão, estivemos por lá visitando o Elton e a plantação. Só dois anos atrás. Mas que parece um outro tempo, um outro mundo. Nosso bebê Martim nem havia nascido. E pandemia era só um tema qualquer de filme de ficção.
Para matar um pouco dessa saudade, foi bom revisitar fotos e lembranças daquela viagem de setembro de 2019:
As espigas de trigo, ainda verdes, se espalhavam longe e balançavam ritmadas com a brisa da tarde de setembro.
Altas, já quase alcançavam a nossa cintura. Por pouco não encobriram a placa que identificava a nossa lavoura: “Aqui se planta pão” continuava visível.
O balanço suave das espigas tinha uma calma que não queríamos perturbar. E andávamos com muito cuidado lavoura adentro, reparando nos grãos já formados, mas ainda moles, em alguns lugares mais gordinhos que em outros.
Elton andava à nossa frente. Com as mãos espalmadas, os braços abertos na altura do tronco, parecia entrando em ondas no mar. A luz da tarde, cada vez mais baixa, foi mudando a cor daquele campo. O verde foi dourando e ganhando tons de vermelho e marrom. O mar de trigo também era mar de pão.
Leia a primeira parte da série de posts sobre o nosso plantio de trigo.
Este projeto é uma parceria da Farinoca com A Padeira e a Família Woss.
Isso é um plantio de vida, de investimento no mundo!
Poder ajudar muito indiretamente, comprando pães de vez em quando, vai me dar um pouco mais de alegria de fazer parte disso.
Obrigada,
Abraços
Ah! Que maravilha este mar de trigo! É por este esforço, carinho e sentimento que o pão sai tão bom! Isto tudo é precioso! Só temos a agradecer!!! ❤️🌾🍞
Obrigada por tanto, Ines. Nós é que temos que agradecer por ter clientes especiais como vocês.
Mônica querida, obrigada pelo carinho e por fazer parte disso diretamente <3